Cultura: da terra ao imaginário

O que seria da humanidade sem o mito e seus avanços através dos séculos? 
Criamos deuses, viramos deuses, e os descobrimos. Inventamos e reinventamos a roda, a moda, o celular, a vida. Cada grupo que vive em alguma parte desse maravilhoso planeta criou e cria seus próprios modos de ver e viver a vida, alguns desses grupos se acharam e se acham na capacidade de sobrepor seus modos de vida sobre outros grupos livres, onde nasceu essa loucura? Sonho que ela acabe.

 Todo esse emaranhado que vive no imaginário ou no real, em constante movimento de criações, reinvenções belas e trágicas do humano é cultura. Não, Esse não é o conceito oficial, só me parece o lugar que estamos.

 Segundo o dicionário Aurélio cultura é: “O complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições, das manifestações artísticas, intelectuais, etc... Transmitido coletivamente, e típicos de uma sociedade.” Mas a palavra cultura se origina do latim colere,  do verbo colo que na língua romana mais antiga é “eu cultivo” no sentido de cultivar a terra, e a terminação -ura- se refere a algo futuro, ou seja poderia ser traduzida como “um campo a ser arado”.

 Essa definição tão concreta da palavra que nos fala sobre terra, organicidade, como cultivar o que alimenta o corpo, sobre nosso culto a terra e nosso aprendizado de seus ciclos, graças a contemplação da natureza e de seus processos é um curioso caminho da palavra, que com o passar dos séculos foi agregando tantos outros significados, chegando ao intocável ao imaginário da humanidade, e se ramificando tanto, dando sentido aos nosso cultos de crenças e de intelectualidade, de sentir, de estudar o que se sente, de manifestar o que se sente, o que se aprendeu na prática e de passar a diante.

 A palavra cultura nos leva por uma transição histórica, sobre o que aprendemos com o crescimento natural e como manipula-lo, seria então a desconstrução da natureza? Pegamos no que a terra nos dá e damos nosso próprio significado e passamos a frente como realidade a ser vivida, humanizamos a natureza, mas somos ela também, porém criamos um significado para o humano a cultura serve a terra? Aos animais? Existe a cultura de paz uma forma de vivermos harmoniosamente entre nós mesmo, e de uma forma mais saudável com o meio-ambiente, para isso é necessário modificar os pensamentos e ações das pessoas, principalmente das crianças, um movimentos de rejeição individual e coletiva da violência que tem sido parte integrante de várias sociedades em seus variados contextos.

 Ser culto é ser elevado de conhecimentos, de muita inteligência e leitura? Ou é ir à igreja todos os domingos?  Existe alguém ‘sem cultura’? O artista que nunca estudou, mas que nos toca profundamente é culto? Por que a cultura popular e periférica é menosprezada? Questões a se pensar.

 

 Bom gente, estarei aqui semanalmente escrevendo sobre essa infinita teia cultural que nos cerca, e que tem sido tão importante na sua veia artística nesse momento de confinamento, sem música, cinema, livros, internet e tanta coisa que podemos aprender as coisas ficariam mais tediosas, as vezes parece que não mas é só aprofundar que se sente. Falarei sobre elementos culturais, cenário cultural, e eventos culturais, tanto no âmbito nacional, quanto regional, do nosso gigante Pernambuco e da nossa amada terra de Santo antão.

 Não nascemos seres culturais, nem seres naturais auto-suficientes, mas criaturas cuja inescapável natureza física é tal que a cultura é uma condição de sobrevivência. A cultura é o «suplemento» que preenche um vazio no cerne da nossa natureza e as nossas necessidades materiais são depois reconduzidas nos seus termos. (Eagleton, 2003, p129)

 

Referências bibliográficas:

https://pandugiha.wordpress.com/2008/11/24/alfredo-bosi-a-origem-da-palavra-cultura/

https://brainly.com.br/tarefa/4483042

EAGLETON, TERRY: A IDÉIA DE CULTURA.Trad. Sandra Castello Branco. São Paulo: Unesp

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572002000100013


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